A safra de soja 2024/2025 em Mato Grosso do Sul registrou um cenário de desafios climáticos, com uma produtividade média de 51,78 sacas por hectare, conforme dados divulgados pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja) na terça-feira (3). A redução da produtividade, que ficou abaixo das previsões iniciais, foi atribuída à estiagem severa que afetou a cultura nos meses de janeiro e fevereiro, impactando o enchimento dos grãos e os rendimentos esperados.
Apesar desse cenário adverso, os municípios das regiões Norte e Nordeste do estado conseguiram se destacar. Costa Rica, em particular, liderou a lista com uma produtividade impressionante de 78,36 sacas por hectare. Chapadão do Sul, São Gabriel do Oeste, Maracaju e Paraíso das Águas também apresentaram números expressivos, todos com produtividades superiores a 70 sacas por hectare, o que reflete a combinação de práticas agrícolas eficientes e um clima relativamente favorável.
Por outro lado, os municípios da região Sul do estado, tradicionalmente importantes na produção de soja, não conseguiram alcançar os resultados esperados. Dourados, Sidrolândia, Ponta Porã e Rio Brilhante registraram rendimentos significativamente abaixo da média estadual, com produtividade variando entre 39 e 50 sacas por hectare. Esses municípios enfrentaram dificuldades maiores devido ao impacto direto da falta de chuvas durante os meses críticos.
O uso da irrigação foi apontado como um fator decisivo para o desempenho positivo de alguns municípios. A Aprosoja destacou que áreas irrigadas, como as localizadas em Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, apresentaram rendimentos muito mais elevados. A coleta de dados em campo e o uso de imagens de satélite permitiram um mapeamento detalhado da safra, com mais de 29 mil quilômetros percorridos pela equipe técnica, o que possibilitou uma avaliação precisa dos desafios enfrentados pelos produtores.