A Vigilância Sanitária de Chapadão do Sul, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, realiza palestras em escolas para alertar sobre os riscos dos dispositivos eletrônicos para fumar, como vapes, pods, e-cigarros e cigarros eletrônicos. Esses aparelhos, que utilizam baterias para vaporizar líquidos com nicotina e essências de sabores variados, atraem adolescentes e jovens, impulsionando o consumo de nicotina.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019, o uso de cigarros eletrônicos aumentou entre estudantes de 13 a 17 anos, com a região Centro-Oeste liderando os índices nacionais. Dados recentes apontam que 16,8% dos adolescentes do país já experimentaram esses dispositivos, com taxas mais altas entre meninos e em escolas privadas.
Um único dispositivo eletrônico pode conter nicotina equivalente a 120 cigarros tradicionais, enquanto uma sessão de narguilé de 60 minutos corresponde à inalação de substâncias de cerca de 100 cigarros. Os líquidos dos vapes possuem concentrações de nicotina até dez vezes maiores que os cigarros convencionais, segundo estudos especializados.
Os riscos à saúde incluem a lesão pulmonar associada ao vaping, chamada EVALI, uma condição grave e potencialmente irreversível. Outros impactos envolvem problemas cardiovasculares, como infarto e hipertensão, além de maior propensão a câncer, ansiedade e depressão, especialmente entre jovens.
O narguilé, comum em encontros sociais, não reduz danos pela filtragem em água, expondo usuários a monóxido de carbono e substâncias cancerígenas. Em 2019, 26,9% dos adolescentes brasileiros relataram uso do narguilé, com até 48,9% no Centro-Oeste, e o uso combinado com vapes aumentou 50% entre jovens de 13 a 17 anos.
As palestras em Chapadão do Sul destacam que o uso de cigarros eletrônicos eleva em até 30 vezes o risco de iniciar o tabagismo convencional. Em 2024, 2,6% dos adultos no Brasil usavam esses dispositivos, com 70% concentrados na faixa de 15 a 24 anos, conforme dados nacionais.
A iniciativa local reforça a importância da prevenção compartilhada entre famílias, escolas e sociedade. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer acompanham o aumento do uso, promovendo ações para conter o impacto na saúde pública.
A Resolução da Diretoria Colegiada 855, de 23 de abril de 2024, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, estabelece a proibição de fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar em todo o território nacional, além de seu uso em espaços coletivos fechados.